Abril Marrom alerta para prevenção e combate à cegueira
23/04/2025
A campanha Abril Marrom, de prevenção e combate às diferentes formas de cegueira, surgiu em 2016 com o objetivo conscientizar a população sobre a necessidade de diagnóstico precoce e acompanhamento oftalmológico regular. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 60% a 80% dos casos no mundo são evitáveis.
Ainda conforme a OMS, o Brasil concentra cerca de 1,5 milhão de pessoas com algum grau de cegueira, sendo que grande parte desses casos decorre de doenças tratáveis que evoluíram devido à ausência de acompanhamento médico. As causas mais comuns são catarata, glaucoma, retinopatia diabética e degeneração macular relacionada à idade (DMRI). “A maioria das doenças oftalmológicas que levam à cegueira são silenciosas nas fases iniciais. Daí a importância da prevenção”, alerta o oftalmologista Jaime Martins.
O médico explica que as principais causas são preveníveis. “A DMRI tem duas formas. A forma seca realmente não tem um tratamento eficaz. Existem algumas opções para diminuir a progressão e tentar prevenir, mas os estudos mostram que são limitadas”, detalha. Já as outras doenças são tratáveis. “São bem preveníveis se o paciente for diagnosticado em fase inicial e se for disciplinado com o tratamento”, pontua.
O Abril Marrom também destaca a importância da reabilitação e inclusão social das pessoas com deficiência visual.Além das enfermidades tratáveis, existem doenças raras e hereditárias da retina que não têm cura e levam à perda progressiva da visão. Nesses casos, o acompanhamento com equipes multidisciplinares, acesso à educação inclusiva e tecnologias assistivas são fundamentais para garantir a autonomia dos pacientes. A campanha defende que todas as pessoas, com ou sem deficiência visual, tenham direito a uma vida independente, com igualdade de acesso aos espaços sociais.
Jaime também frisa a urgência na busca por atendimento em casos de sintomas oculares agudos. “Sempre que um paciente se queixa de perda de visão de forma aguda ou de dor ocular intensa, ele deve ser avaliado com urgência. Porém, a grande maioria dessas doenças são silenciosas. Por isso, é fundamental o paciente procurar atendimento com o médico oftalmologista uma vez por ano”, diz.
As recomendações para a preservação da visão vão além da consulta médica regular. Hábitos saudáveis e proteção adequada fazem parte da rotina de cuidado com os olhos. “O mais importante, sem dúvida, é a prevenção por meio das consultas oftalmológicas anuais. Mas, dentro da rotina, é fundamental ter uma boa alimentação, manter o peso e prevenir doenças como diabetes e hipertensão arterial, já que ambas podem causar graves complicações oftalmológicas”, complementa.
A alimentação equilibrada, segundo diz, é uma aliada no combate às doenças degenerativas da visão. “É essencial ter uma dieta rica em xantina, luteína e proteínas para prevenir a DMRI. Esses nutrientes estão presentes em ovos e vegetais verdes. Uma alimentação rica em ômega 3 e 6, encontrada em peixes e azeite, também é importante”. Além disso, a proteção solar é fundamental para evitar tanto a DMRI quanto a catarata precoce. “Bem como o cuidado com a automedicação, pois há remédios, como corticoides, que podem causar glaucoma e catarata precoce”, explica.
Além dos danos à visão, o uso abusivo de telas pode comprometer o desenvolvimento social e cognitivo das crianças. “Sem falar no impacto da redução da interação social de crianças e adolescentes, que o uso excessivo de telas causa. Isso prejudica tanto a interação social quanto o aprendizado. Portanto, precisamos nos preocupar com essa questão nessa faixa etária”, reforça Jaime Martins.
TRIBUNA DO NORTE
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